sábado, agosto 27, 2005



Percebi que o tempo me atropela…

Não… Não é como das outras vezes!

Estava habituada ao tempo passar e
a nada mais sentir.

O meu coração virou pedra,
os meus sentidos não sentem mais nada e
a dor já é tão comum…

Desta vez atropelou-me...

… Matou-me!

Matou aquela menina, de quem me despeço agora,
Com lágrimas nos olhos. Ela cavou a sua própria cova,
Sabendo que mais ninguém chorará a sua morte.

Morreu sozinha!

… ninguém a conheceu como ela era!

Só o tempo, sempre seu companheiro,
a viu dar o seu primeiro passo… e último!

A última luta contra o tempo foi em vão…

Assassino!

Mataste sem dó!

Agora não existe mais menina!

Existia algo inocente… com crença…
… Com alma… com medo… sem amor…

O tempo não permite amor!

Se existe tempo em primeiro lugar,
O amor nunca poderá coexistir com ele.

O tic-tac cruel dos minutos a passar e
a vida a desaparecer por entre os dedos…

O pior silêncio que se pode escutar!

O amor desapareceu!

Porque estava o tempo ali, aqui, onde?

Já se foi...

A menina acabou mas o tempo persiste!

É um novo tempo e uma nova existência
que aprendeu tudo o que sabe através da menina.

Tudo é diferente… mas continua tudo igual.

O tempo é curto!!

O destino é certo!!!