
Percebi que o tempo me atropela…
Não… Não é como das outras vezes!
Estava habituada ao tempo passar e
a nada mais sentir.
O meu coração virou pedra,
os meus sentidos não sentem mais nada e
a dor já é tão comum…
Desta vez atropelou-me...
… Matou-me!
Matou aquela menina, de quem me despeço agora,
Com lágrimas nos olhos. Ela cavou a sua própria cova,
Sabendo que mais ninguém chorará a sua morte.
Morreu sozinha!
… ninguém a conheceu como ela era!
Só o tempo, sempre seu companheiro,
a viu dar o seu primeiro passo… e último!
A última luta contra o tempo foi em vão…
Assassino!
Mataste sem dó!
Agora não existe mais menina!
Existia algo inocente… com crença…
… Com alma… com medo… sem amor…
O tempo não permite amor!
Se existe tempo em primeiro lugar,
O amor nunca poderá coexistir com ele.
O tic-tac cruel dos minutos a passar e
a vida a desaparecer por entre os dedos…
O pior silêncio que se pode escutar!
O amor desapareceu!
Porque estava o tempo ali, aqui, onde?
Já se foi...
A menina acabou mas o tempo persiste!
É um novo tempo e uma nova existência
que aprendeu tudo o que sabe através da menina.
Tudo é diferente… mas continua tudo igual.
O tempo é curto!!
O destino é certo!!!
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