sexta-feira, agosto 25, 2006

Afago que não te mando ...


Sinto saudades do dia em que nunca nos encontramos.

Sim, daquele em que não nos vimos pela primeira vez.

Desse em que nunca te tive.

Daquele em que não falaste o que eu queria ouvir.

Da nossa primeira noite que jamais houve,
quando deixamos de conhecer-nos biblicamente até o desmaio.

Tenho sede da noite em que nem começamos a beber-nos.

Sinto fome dos momentos em que não estávamos um no outro,
devorando-nos gota a gota.

Poderia desenhar nos mínimos detalhes tudo o que não aconteceu.

O amor que não explodiu, o desejo que não cristalizou e
todo esse nada que não vivemos tão intensamente separados.

É uma saudade tão grande!

Uma saudade como se nunca tivesse acontecido.

Como este afago que não te mando e que nunca o receberás.

domingo, agosto 20, 2006

O que procuro?! Não sei...

Se caminho, se me empurram,
Se me perco, se me encontro,
O que procuro,
Não sei….

Sinto-me tão longe,
Tão perdida,
Tão só,
Não sei de mim, nem sei de ninguém…

Faltam-me as forças,
Tudo se foi, sem alguma vez ter sido,
Tenho tudo? não tenho nada?
Não sei…

Num mar frio imenso,
Sem rumo, segue a minha alma,
Perdida na escuridão,
Não sei se vivo, se morro…

Porquê,
Têm tudo que ser triste,
Onde estás?
Porque não sei de ti ?...

Eterna angústia do desespero,
Num céu escuro sem amanhecer,
Quero-te, quero-te tanto,
Mas, não sei procurar por ti…

Não sei mais quanto vou aguentar,
No frio da minha confusão,
Nada faz sentido,
Quando, não sei amar-te…

Acabei com tudo,
Cobardia, medo, ciúme,
Tudo se escapa, como areia nas mãos,
Não sei, meu amor, não sei…

O meu ser,
Feito do sabor das tuas lágrimas,
Quer dar-te tudo,
Mas, não sei dar-te nada…

Segue no teu mar meu amor,
Deixa-me só,
Talvez só, me encontre,
Que, não sei, fazer-te feliz…

Um dia que volte a mim,
E não sinta o teu calor,
Irei para a eternidade,
Com o peso das lágrimas de uma vida…

Mas, tenho medo,
Não quero fechar os meus olhos,
Tenho medo de partir,
Pois, sem ti, já não sei viver…

domingo, agosto 13, 2006

Queria saber


Não sei mais quem sou
No universo dos mortais
Já fui anjo,
Já fui duende,
Poetisa e muito mais...


Fui um grande porto de abrigo
Inseparável companheira
Lutadora, uma guerreira
Defensora dos inocentes
Dos mais sensíveis, das mentes
Perturbadas pela dor!


Fui o sol ao nascer da aurora
O luar em noites de lua cheia
O mais doce anjo na terra
Na qual não existia guerra!


Hoje, sinto-me assim...
Por vezes perdida
Como que sem vida...
Minhas preces esquecidas
Minhas asas caídas
As energias possuídas!


Ainda há quem me chame de anjo
Que transporto a bondade no olhar...
Talvez eu possa ser esse anjo
No momento de alguém sonhar...!
Mas...
Um anjo não explode, não fica furioso!
Não vive tempestades, tormentas
Semeia apenas o amor...


Assim, não sei mais quem sou...
O que fazer, O que sentir
Redimir-me ao meu destino...
Será essa a solução?
Deixar o mundo pegar fogo
Permitir que haja o sofrer
E com ele conseguir viver
Sinto que é o mundo onde estou...!
Mas antes, queria saber...
Apenas... Diz-me:

- Quem sou...???

terça-feira, agosto 08, 2006

Quero...

Queria ser capaz de ter as palavras certas para escrever o que me vai na alma... Mas não as tenho, sinto-me perdida no tempo e no espaço, perdida no meio das pessoas, no meio de ninguém...
Procuro os meus sonhos, aqueles que a ninguém confesso, procuro encontrar tudo aquilo que perdi e que nunca encontrei.
Sinto tudo como ontem, vivo no dia de hoje, preparando o amanhã...
Que me espera depois da noite? Que segredo me irá revelar o tempo?
Anseio, por uma vida, por um sentido, por um amor, por um sonho que já foi realidade...
Perdi-me no tempo...
Perdi-me em ti!
Quero voar pelo mundo, quero conhecer o que não conheço, quero amar o que não amo...
Quero encontrar um sentido para a vida...
Quero deixar sair o que me vai na alma...
Quero... ou será que, na realidade, não quero o que quero?
Sei o que procuro, sem saber o que quero...
Aspiro o ar que me envolve, que me lembra de ti...
Agarro-me à fina corrente invisivel que ainda nos liga e penso, penso no tempo, no espaço, no ontem, no hoje, no amanhã, penso no momento...
Deste-me tanto, deste-me tão pouco, deste-me o tudo e tiraste-me o nada!
Sou tua. Profundamente tua, completamente tua e nada mais que tua, quero ficar contigo... Quero voltar ao passado, quero parar o tempo, o que sinto, o que receio.
Quero que leias isto. Que saibas o quanto te amo... O quanto passo as noites em branco, em busca de ti... No frio que congelou a minha alma...
Quero que saibas que o tempo não passa, não mexe, não evolui...
Quero que saibas, o quanto significaste, significas e significarás para mim!
Tu és parte de mim! Eu sou parte de ti... Ambos somos o todo!

Nunca te esqueças de mim...

Do amor que te dei... Do amor que recebi!

A Vós Bombeiros

Já pensaram que enquanto estamos aqui, há centenas de bombeiros a dar o melhor de si, para que os incêndios provoquem os menores prejuízos possíveis?
Merecem realmente um grande agradecimento, já que na sua maioria, fazem-no sem receber qualquer remuneração.

Só espero que este ano, não haja danos físicos e mortes a lamentar, porque a nível material e florestal, os prejuízos já começaram!

O meu sincero OBRIGADO a todos vocês!!!

domingo, agosto 06, 2006

Sentir

Fecho os olhos e parece que te consigo sentir a meu lado.
Por momentos consigo sentir o teu perfume.
Encosto-me ao teu corpo e ouço o teu coraçao a bater.
Baterá por alguém?
Baterá por mim?
Aqui ao teu lado sinto-me segura, sinto que ganho todas as minhas forças, fazes-me sentir que nada me pode magoar a não seres tu,
mas no momento nem me recordo disso, estás ao meu lado e,
é o que mais me importa embora assim não devesse ser.
Sinto-me bem e não dou pelas horas passar.
Só o saber da tua presença fico mais feliz.
Ouço-te murmurar, tento perceber o porquê de não te conseguir entender, mas não consigo.
Tento agarrar-te mas a tua presença desaparece aos poucos
com a brisa, vejo os teus lábios moverem-se mas não
compreendo o que me tentas dizer.
Grito o teu nome e estendo a minha mão para tentar agarrar-te
mas continuo sem conseguir e por fim desapareces e nem sei para onde foste

Abro os olhos e corre uma lágrima pela minha face, estou só,

tu nunca estiveste ali comigo.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Sozinha no mundo

Este não é o meu lugar, sinto-me a sufocar, a morrer! Grito por socorro mas ninguém me ouve, grito, mas ninguém me ajuda! Magoada, triste, confusa, desanimada, perdida ... sofro ... choro!
E se eu desaparer?
Quem sabe se eu desaparecer sem deixar rasto, sem saberem se continuo a respirar ou não, quem sabe se eu me entregar ao mar e partir, quem sabe se eu desaparecer sem deixar nada da pessoa que fui e ainda sou, sem deixar nada na memória das pessoas que me viram e que me conheceram, sem deixar, as palavras, de pouco mais de um ano, que aqui tenho escrito, alguém perceberá?
Se eu desaparecer, a memória de todos os meus actos e de todas as palavras que disse, ouvi, e de todas as palavras que nunca consegui dizer serão como se nunca tivessem existido.
Se um dia eu partir alguém irá notar? Alguém irá chorar? Se eu desaparecer ninguém se irá lembrar de mim, ninguém se irá lembrar que um dia eu existi ...
sou apenas uma pequenina gota num imenso oceano por descobrir ...
Quando eu desaparecer não quero lágrimas pois creio que nesse momento não sentirei mais dor. Lembrem-se das minhas palavras ditas e escritas ... a quem conviveu comigo ...
Que se lembre eternamente do meu sorriso naqueles dias em que fui verdadeiramente feliz!!!

terça-feira, agosto 01, 2006

Anjos...

O sol brinca com as nuvens num mar de recordações, o vento brinca com as árvores, desperta paixões, sintonia perfeita numa natureza que alguém se lembrou de pintar, pequenas alegrias, simbólicas do quanto feliz se pode ficar! Se olharmos bem, conseguiremos ver, as fadas que dançam, fazendo as flores crescer, ou então os duendes, que a saltar, brincam no meio desta natureza sem par!
Hoje sou a flor, que a fada vem ver, ou então a arvore que vê os duendes a correr, sou sonho de criança, que a fantasiar, coloca o vestido de princesa e ao salão vem dançar! Sou a fantasia que crio na minha cabeça, a dona do meu castelo, sou da realeza, permito-me viver um pouco num mundo só meu, permito-me pintar o quadro de tamanha pureza!
Felicidade, acho que era isso que queria retratar, nas cores que se fundem num horizonte de encantar, ou então nas luzes que se cruzam no mar, com a espuma das ondas que a areia vêm beijar, paisagens perfeitas, cores que ninguém consegue descrever, imagens de sonho que a retina retém, numa época remota que já ninguém vai viver!
Há quem diga que sonhar é para quem não cresceu, há quem diga que quem vive a sonhar é porque não sofreu, e pergunto-me eu, se não é o lutar para que a dor não nos venha alcançar, que faz de nós, espíritos crianças, sonhadores, que os sonhos não vão abandonar!
Pergunto-me eu, talvez esteja a perguntar mal, mas viver sem expectativas, é como uma parede sem cal, escura, triste, que ninguém quer comprar, uma alma vazia a espera de alguém para a embalar!
Talvez também eu um dia venha a perder, esta alma de criança que em tudo quer mexer, mas acredito que se um dia, por essa fase tiver de passar, a outra asa de anjo me virá encontrar, agarrará a minha mão, fará as minhas lágrimas verter, para depois as duas asas juntas bater, para me fazer de novo sonhar, e por fim na felicidade acreditar! Sim anjos, numa definição só minha, definição particular, já que gosto de na sua existência acreditar, é como crer, que toda a gente na terra uma alma gémea vai ter!
Não conhecem esta história? Então deixem-ma contar, pode ser que assim vos faça acreditar!Conta-se que em tempos, no céu veio a habitar, dois anjos distraídos que nas tarefas pareciam não acertar, então Deus, resolveu lhes atribuir, uma tarefa que achava impossível deles não conseguirem cumprir. A cada um, às mãos entregou, um tabuleiro, em que os pares, almas gémeas, juntou, para que eles na terra os viessem colocar, e esses casais, já mais velhos, se pudessem amar! Mas pobres anjos, acabaram por tropeçar, e os pares, misturados, ao chão foram parar! Aflitos, os anjos, tentaram recolocar, os pares certos nos tabuleiros, mas sem acertar, e é por isso que muitas pessoas, procuram sem encontrar, a sua ama gémea, que longe deles acabou por vir habitar!É nisto que penso, quando o meu coração começa a gritar, pela companhia que não consigo tocar, e volto a sorrir, porque percebo que não me vou permitir, de desistir, de largar aquilo em que acredito, aquilo dentro do qual cresci, um amor, não perfeito, mas que caminhando para o mesmo horizonte sabe coexistir, e que quando olho sei que um dia vou sentir! Espero que com esta história uma luz, mesmo que ténue, esteja a brilhar, e que no meio da tempestade, não deixem o barco voltar, que com ela, ao olhos fechar, sintam o corpo a despertar, se lembrem do beijo que um dia vos derreteu, se lembrem da forma como o vosso corpo, ao toque, respondeu, e sonhem, que um dia estarão a repetir essa experiência, numa noite de loucura, sem coerência!
No dia que isso acontecer, a vossa alma, do corpo se ira desprender, e no meio dos duendes e das fadas que estão a dançar, vocês se verão, e nem vão acreditar, que passado anos, que depois dos sonhos de criança perder, no meio desses mesmos sonhos, vocês estão para a vida a nascer!