domingo, julho 31, 2005



Uma lagrima caíu,

Uma lágrima de tristeza,

Uma lágrima de dor,

Uma lágrima de saudade,

Saudade dos tempos passados...

Saudade do que fui,

Saudade do que fiz!

Não quero mais lágrimas!

Não quero mais dor!

Não quero sentir mais saudade!

Saudades quero apagá-las

Saiam da minha vida!

Deixem-me!

Quero Sorrir!

Quero Viver!

Viver Hoje, Amanhã e depois...

terça-feira, julho 26, 2005




Soltaste-me as veias na minha paixão vivida
sentida e sofrida

Descobriste-me cores novas
e com elas entorpeceste-me os sentidos...
os meus sentidos

Fechaste-me os olhos a tudo o que não
te contornasse o esboço

Quiseste-me tua a todas as horas
e inspirações

Exigiste-me todos os desejos
e para todos os teus desejos

Mediste-me os cansaços
até à exaustão

Percorreste-me a vida
em solavancos de amargura

Ficou-me uma vida mutilada, castrada
sem anos e anos de sonhos
em vontades balbuciadas

Não voltes!!!

Nem nas cores das memórias,
nem nos sorrisos precisos
e exactos de tudo o que um dia
me fez sorrir...

segunda-feira, julho 25, 2005



Dou por ti a invadir o meu espaço,

os meus sonhos,

as minhas fantasias...

Sorrateiro,

quase imperceptível.

Entraste devagarinho e

vais permanecendo,

absorvendo,

construindo,

assumindo.

Dou comigo a empurrar-te,

a aceitar-te,

a querer-te,

a desejar-te.


Sai!


Ouviste?

Não te pertenço!

Sou minha!

Sou do meu mundo!

Sou das paixões de que fugi!!


Sai!


Dá-me um tempo!

Dá-me calma!

Dá-me a vida toda e

a alma!

Estou num deserto sem ti!!


Sai!


Não vês o espaço ocupado

pelas mágoas do passado?

Finalmente... percebi!

domingo, julho 24, 2005




O mau feitio...

É simples de gerar e muito difícil de gerir.

Queremos as nossas coisas,

O nosso espaço,

O nosso tempo.

Quero-mo-nos sem pressas,

Sem prensas e sem ofensas.

Queremos os outros exactamente da mesma maneira.

Tentamos observar,

Analisar,

Respirar,

Contar,

Cantar cá dentro e baixinho,

Pensar de outra maneira.


O mau feitio...


Não se consegue controlar.

O processo não precisa de ser muito longo,

O desfecho é rápido e eficaz,

Danifica umas quantas coisas e

O ar fica um nada opressivo.

Passam 5 minutos...

A "catástrofe" foi dominada.

Já terminou.

Resta o processo de aprendizagem...

E umas quantas certezas que se discutem e se adquirem!


Mau feitio... todos nós temos!!!



“Ide pois aos vossos campos e pomares,

E lá aprendereis

que o prazer da abelha

é de sugar o mel da flor,

Mas que o prazer da flor

é de entregar o mel à abelha.

Pois, para a abelha,

uma flor é uma fonte de vida.

E para a flor,

uma abelha é mensageira do amor.

E para ambas,

a abelha e a flor,

Dar e receber o prazer

é uma necessidade e um êxtase.”


E o que não era eterno
De repente tornou-se totalmente etereo
E da margem segura prostrada cai num rio de aguas turvas.

Não chorei,não gritei!

Presenciei apenas...
calada, prisioneira de um silencio amargo,
Marcada na alma por uma dor profana
Que me consumia da memoria as mais ternas lembranças.

Não houve tempo para suspiros, lagrimas, nem mesmo um breve aviso.
Fui assim sendo levada pelos jovens braços de um acaso
Sem nada declarar,roubando-me o direito de amar.

Foi assim sem maiores dilemas
Que te vi cada vez mais longe de mim.


Mas de onde que sopra essa brisa tão quente
Que atinge os nobres, ladrões e plebeus?
Do fundo do peito, da alma, da mente,
Ou direto dos lábios do Filho de Deus?

Se não é mentira que Deus é amor,
Que Ele é a justiça e também a verdade,
Então esse sopro não perde o calor,
E sim, rompe as barreiras da eternidade!

O Amor prevalece aconteça o que for,
Não importa pro mundo o que represente;
Pois vive em tudo: na frágil e pequena flor,
No abraço e no olhar... Ele é onipresente!

Ele é a justiça. E é a verdade.
DEle não se consegue estimar o valor.
É a infinita junção entre duas metades,
Amor é mistério... amor é Amor...

sábado, julho 23, 2005



Tal qual uma sombra no escuro
Vi-te pela primeira vez
Eras tão lindo e tão puro
Que me fizeste sonhar outra vez.

O teu cabelo côr da noite
E os teus olhos côr de mar
Relembraram-me de novo
Que poderia voltar a amar.

Foi naquele dia distante
Que vi pela primeira vez
O triste e amargo semblante
De quem perde algo importante.

Estavas sentado ao luar
E em frente estava o mar
Negro, amargo, escuro e frio
Próprio das noites de Inverno.

Choravas por alguem distante
Que te teria deixado
Naquela tristeza errante
Porque não te tinha amado

Foi então que eu cheguei
E naquele mesmo instante olhei
Uma lágrima rolar
Nesse teu tão triste olhar

Por alguém que te deixou
E que não te soube amar.....

sexta-feira, julho 22, 2005



Tenho saudades da altura
em que acreditava ser Cinderela.

Tinha nos olhos a luz do amor,
um sorriso sereno.

No rosto aquele ar alegre
de quem acredita nos sonhos
e os persegue.

No peito carregava a certeza
de que meus braços
o mundo abraçavam


Hoje,

trago nos olhos...
lágrimas

no rosto...
o peso dos anos,

e o coração em retalhos
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só corro e



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ocorro



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o e só


Meu silêncio carrega dor...

...a dor de não mais poder
cantar ao mundo a alegria
a esperança, a beleza

Meu silêncio evidencia
a morte dos sonhos

E meus grunhidos são um
constante pedido de socorro
ora disfarçados em gentilezas
ora demonstrando toda a minha ira

Meu silêncio esconde
um coração sangrando
e por seus filetes
escorregam algumas palavras...

...a resistencia do meu ser

...a morte que anuncio

Meu silêncio faz muito ruído
partilhando o vazio presumido
a mágoa e o desdém
ao perverso da existência

Meu silêncio tatua espaços...

Tu...
que desabafas as tuas dores,
enfrentas leões e,
como pedra a cantar
espantas com força
todas as sombras...

Nunca te esqueças,
tens na alma a realeza e
a beleza doce de um mar calmo.

Acredita,
onde o destino te possa levar...
tens em ti, a essência da Vida
Respira-a e na velocidade do pensamento
sem contar o tempo, seja dia ou noite...

Sorri...

Sonha...

Vive... sem silêncio!

domingo, julho 17, 2005



Amigo é um sorriso
É um olhar limpido
É um coração pronto a pulsar

Amigo é o contrário de inimigo
É a verdade partilhada
É a solidão derrotada!


Amigo é...
um espaço sem fim!


O sofrimento do Homem mede-se pela descoberta que ele faz da felicidade!

Torna-se sensível a certa embriaguez da existência, ao amor total pela sua própria realidade.

Uma brisa de gratidão preenche todos os seus dias.
O enorme sofrimento evolui no perigo, mas não conhece o susto.
A própria dor torna-se infecunda.

Algo permanece obscuro!

Não é possível adaptar à lógica o verdadeiro sofrimento.
Ele passa e não se reconstitui.
Parece ter sucedido a alguém de quem ouvimos confidências, e de quem nos despedimos apressadamente...


Gostaria poder ...

Sem violência e sem medos...

viver...

Viver tranquila

Viver sossegada!

Gozar o que me deves...

Liberdade!!!


Quero...
furar a madrugada...
Com a luz de minha lanterna.

Quero...
Iluminar a lua que...
Apagada... ninguém vê.

Quero ...
Dar luz ao escuro!

Quero..
Aclarar as ideias!

Quero...
Abrir as mentes!

...E gritar ao mundo

Sou Mulher ...

E Quero Viver!!!

quinta-feira, julho 14, 2005



Aceitei tudo sem questionar,
tentei perceber,
arrumar o passado,
não escarafunchei feridas,
aceitei os acontecimentos sem discussões.

Não fiz balanços,
não procurei a perfeição,
pensei sempre na tua felicidade.

Não sou egoísta,
uma orgulhosa que não pede nada a ninguém,
que faz sorrisos, é prestável e
simpática com os estranhos
e má para aqueles que mais ama.

Os defeitos que me encontras são,
para mim, grandes qualidades.

Sem fins inesperados e dramáticos,
vou ser feliz para sempre, dia após dia,
sem que hormonas ou estranhos,
sem que nenhuma força terrena ou celeste
me derrube!

quarta-feira, julho 13, 2005



Já lá vai o tempo que tremia dos pés à cabeça,
ficava com a garganta seca e as mãos geladas.
A idade tem destas vantagens.

Agora é apenas uma ligeira e domesticada inquietude,
minutos antes do encontro, a vontade de estar
aprazível aos seus olhos sem parecer que me
arranjei somente para ele.

Quando pontualmente ele aparece é como se o
mundo inteiro deixasse de existir.
Mesmo assim, já me domino e
a minha atitude é sempre
irrepreensivelmente moderada.

Tento dar o meu melhor.
Não consigo... fico desarmada,
sou muito óbvia, excessivamente fácil...
muito próxima...
Continua apanhar-me por dentro mesmo
que eu finja que o estou a pôr de fora.

Depois de estar com ele sinto-me indefesa,
pior que tudo, insegura!
De repente perco a convicção, a consistência...
fico à deriva!

No entanto é bom vê-lo, abrir-me com ele,
deixá-lo falar, ajudá-lo o muito pouco
que posso com a minha proximidade e
o meu eterno apoio.

Deve ser isto gostar muito de uma pessoa.

Querer sem interferir...

Desejar sem possuir...

Amar sem exigir...


As águas misturam-se subitamente,
águas do rio, águas de lágrimas...
e ele soluça na praia.

Encontros,
desencontros,
ciúmes,
tristeza,
momentos de desilusão...

Está descontrolado!
Está perdido!
Foi rejeitado...

ABANDONADO!

A dor nao pára de crescer...
Quanto mais ouve mais chora!

Descobriu que não pode viver sem ela...

Sente um vazio na sua mão...
o vazio criado pela sua desunião!

Parece mentira!
ele não pode viver sem ela...

Quem diria! É verdade!
Tão desesperado!

A descrição do desgosto é o sentido testemunho de um Homem Abandonado!!!

terça-feira, julho 12, 2005



Aqui e ali,
num frágil fio de voz,
homens e mulheres,
clamam pelo respeito absoluto da vida...

tempo de ligações,
tempo de recordações
tempo de solidariedade,
tempo de encontros com dimensões que
desafiam a novas formas de estar...
de ouvir... calar,
e de Amar!

domingo, julho 10, 2005


Cinco horas da tarde
e um banco de jardim...

...o meu banco,o dos loucos!

Uma senhora esfrega as mãos de alegria,
Uma garota chapina na água e ri,
frente a um casal de namorados ou amigos que se agarram,
se expremem, se beijam às escâncaras.
Um bébé chora... leva duas palmadas para se calar.
um saloio com pão e um naco de morcela.

Cinco horas da tarde
e um banco de jardim...

Não é o dos loucos, pois esse já não me interessa.

Vou-me embora,
Senão endoideço de ver tantas pessoas normais!!!

sábado, julho 09, 2005


Eu não sei mais como te dizer
não existem palavras para descrever
que contigo para sempre quero estar
não consigo esquecer o teu olhar

já não sei mais o que fazer
para te provar que não sei mais viver
sem os teus teus lábios, sem o teu olhar
quero em teus braços poder acordar

E a cada toque dos teus dedos
eu ganho sonhos, perco medos
deixo-me cair em tentação
e entrego -te o meu coração...

Dá uma chance ao que sinto em mim
tenho a certeza, não vai haver fim
nossos dois corpos, nosso ritual
pintado num quadro, que não tem igual...




Faço, digo e penso coisas que mesmo que procure a explicação não aparece.
Navego no mar imenso da incerteza.
Confesso-me culpada mesmo antes que me acusem.
Quero esquecer todas as mentiras cruéis e desilusões de que fui alvo e que me assaltam e me amedontram.
Quero rejeitar todas as mágoas, angústias que assaltam meu coração.
Quero sonhar e viver cada dia sentindo ao máximo o momento.
Quero partilhar todas as descobertas, toda a amizade, todo o meu amor...
... Inocente, Frágil e Eterno!
Quero pensar no que sou e naquilo que quero ser... Descobrir o meu verdadeiro Eu que se esconde por trás da neblina do tempo e do desconhecido.
... Esquecer a velha herança de ser uma mulher que tem de se calar sem saber porquê!

Quero... Quero Sorrir... Voar... Viver!!!

No fundo do meu ser nada sou, nada sinto...
Não sei se sou boa ou má pessoa,
Se sou sensível, generosa ou egoísta,
Se transparente ou preversa,
Se gosto de mim ou se me detesto...

Nada sei sobre mim!

O sonho, esse morreu no momento em que deixei de existir!
Fui caindo no abismo, fui entrando nas trevas...
Viste-me ao longe. Deste-me a mão, eu larguei-a!
Está escuro e frio...

Ó lua da vida onte te escondes tu?

Ó sol da felicidade porque te foste embora?

Nasci mas pouco vivi!

O que sonhei destruí!

O que senti foi morto!

O que tive foi-me arrancado!

VIVI MAS LOGO MORRI!!!

sexta-feira, julho 08, 2005

















... Estava deitada na areia da praia quase deserta com um mar translúcido à minha frente,
saboreando cada uma das sílabas da palavra: en ga na da.
Caminhei até à água, que surpreendentemente não estava fria, era densa e transparente e mergulhei como se entrasse noutro mundo: treze anos de erros e de ignorância, treze anos equívocos, afundavam-se agora, devagar, rente à areia e às pedras, no olhar que seguia a sombra fugidia dos peixes e, afinal, tudo se tornava claro e evidente na luz que chegava filtrada três metros debaixo de água.

Eu sempre o soubera: sempre, sempre me procurei debaixo de água, sempre, em cada Verão, mergulhei nesta luz e neste silêncio, apalpando as rochas e as pedras, alisando a suavidade de veludo das algas, os meus olhos atentos e deslumbrados com cada coisa, o corpo habituando-se à consistência desta liquidez submersa. Sempre soube que debaixo de água me livrava de todos os males do mundo e emergia, nova e liberta, para as suas ciladas e os seus enganos.

Sentei-me depois na esplanada à beira-mar, os olhos pesados de sal e de azul, eu, um café e um cigarro, ninguém, nenhum som, nenhuma recordação, nenhuma ameaça entre mim e a perfeição deste momento.
E lembrei-me de ti, com ternura (ou seria paixão?). A palma das tuas mãos, a pele dos teus pulsos, os dedos esguios e longos, um sorriso meio tímido, meio atrevido, o teu riso, o teu humor, a tua inteligência cristalina.
Guardei-te para quando os teus olhos pousassem sobre mim, para quando a tua mão me tocasse no rosto, a tua boca limpasse os vestígios de sal da minha pele.

Esforcei-me por não me distrair. Para passar por ti como se passa por um episódio, por um acidente na estrada, por uma ilusão de água num mar infinito de areia. Só queria a solidão da solidão, o silêncio submerso dos dias vazios e sem destino, a consistência da água e a evidência das rochas. Queria um mundo sem ti, uma vida!
Tu és como a anémona que segue a corrente que passa, és a lapa presa à rocha, o sulco na areia durante a maré vazia que indica o caminho de regresso ao mar, tu és a densidade da água dentro da qual eu me reencontro e reconstruo.

Saí da esplanada, olhei ao longe o mar e a luz da eternidade. Vi areia, rochas e pedras, vi tudo o que me manteve cativa até hoje e toda a liberdade à minha frente, olhei o passado e o futuro, o Norte e o Sul, e levantei os braços para voar sobre tudo isto, mas estava presa... este Verão ainda era tua!!!